Caminhos do Paralelo 15 S

Trata-se de triangulações geométricas traçadas em escala sobre dezesseis localidades do mapa da América do Sul, fazendo a ligação entre elas. Locais que se sincronizam através de um conjunto de signos históricos, culturais e místicos. Traçado que cria um roteiro ecocultural sul americano que denominei de Caminhos do Paralelo S15.




Caminhos do Paralelo S15. 2007. Projeto ampliando de impressão jato de tinta, aquarela e nanquim sobre papel. Chapada dos Guimarães, MT. 20X41 cm



Caminhos do Paralelo S15. 2007 - 2015. Giz pastel e nanquim sobre papel. Chapada dos Guimarães, MT - Fortaleza, CE. 29,7X42 cm




Em 2003, mudei-me de Cuiabá para Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Centro-Oeste do Brasil. Morei nesse município por oito anos e, pesquisando as histórias e as paisagens da região, elaborei o projeto poético Caminhos do Paralelo S15.


Caminhos do Paralelo S15. 2008. Fotografia da instalação feita no Mirante do Centro da América do Sul. Chapada dos Guimarães, MT, 


O traçado foi inventado a partir de vivências e estudos que constituem esse projeto poético. Trata-se de um trabalho que busca valorizar patrimônios ambientais e culturais do interior do país, do centro da América do Sul e de países vizinhos, a exemplo da Bolívia e do Peru.


Plano Piloto de Brasília e o Condor (geóglifo) da Planície de Nazca. Ambos no Paralelo S15. 


Lugares como Machu Picchu, Planície de Nazca, Chapada dos Guimarães, Pantanal, Chapada dos Veadeiros, Brasília, São Thomé das Letras, Caldas Novas, entre outros foram articulados enquanto campos de forças ecológicas e culturais.

A linha do Equador divide o planeta Terra em hemisfério sul e norte e todas as linhas imaginárias paralelas a ela são numeradas e indicam a posição Norte (N) ou Sul (S) no mapa do mundo, sendo usadas como coordenadas geográficas. O Paralelo Sul 15 corta o continente sul-americano do oceano Atlântico ao oceano Pacífico em sua região central. Em seu caminho, cruza com cidades cujo patrimônio ambiental e cultural é de grande valor para a humanidade. Dentre esses patrimônios estão, por exemplo: Porto Seguro, Brasília, Pirenópolis, Goiás Velho, Serra do Roncador, Chapada dos Guimarães, Cuiabá, Vila Bela da Santíssima Trindade, Lago Titicaca e a região de Ica, onde estão as linhas e geóglifos de Nazca.


Os três tetraedros do Paralelo 15 Sul.

Com base no levantamento dos patrimônios ambientais e culturais mais visitados do Paralelo S15, priorizei quatro regiões que passaram a figurar como tetraedros irregulares. O primeiro tetraedro que desenhei foi o do centro da América da Sul (Rota W55), o segundo e o terceiro foram, respectivamente, o da região de Brasília e o do Sul do Peru e, por último, o da região sul do estado de Minas Gerais.


Caminhos do Centro da América do Sul ou Rota W55 



Tetraedro de Fogo; Cuiabá (fogo), Nobres (água), Jaciara (terra) e Chapada dos Guimarães (ar).
2007 – 2015. Giz pastel e aquarela sobre papel. Chapada dos Guimarães, MT - Fortaleza, CE. 29,7X42 cm

Caminho Brasil Central



Tetraedro de Terra; Brasília (terra), Goiás Velho (fogo), Chapada dos Veadeiros (ar) e Pirenópolis (Água)
2007 – 2015. Giz pastel sobre papel. Chapada dos Guimarães, MT - Fortaleza, CE. 29,7X42 cm.

Caminho do Sul do Perú



Tetraedro de ar; Puno (água), Ica (terra), Cuzco (ar) e Arequipa (fogo).
2007 – 2020. Giz pastel e aquarela sobre papel. Chapada dos Guimarães, MT - Fortaleza, CE. 29,7X42 cm. 

Caminhos do Sul de Minas Gerais



Tetraedro de água. São Thomé das Letras (Ar); Caldas Novas (Água); São Lourenço (Terra) e Poços de Caldas (Fogo)
2007 – 2020. Giz pastel e aquarela sobre papel. Chapada dos Guimarães, MT - Fortaleza, CE. 29,7X42 cm. 

Pude observar que características dessas regiões as ligavam aos quatro elementos da natureza - terra, fogo, ar e água. Dentro das regiões, também utilizando o tetraedro, a lógica das cores e dos elementos se repete para as localidades. Essa ligação levou-me a pesquisar o pentagrama e suas cores:

Verde da região de terra - Brasília (poder, monumentos) e seu entorno; 

Vermelho da região de fogo - Cuiabá (luz, calor) e entorno; 

Amarelo da região de ar - Cuzco e entorno (altitude maior, montanhas);

Azul da região de água – Caldas Novas e entorno (águas quentes, que curam);

Branco das regiões contíguas, aludindo ao éter – localidades que constituem, mas também podem prolongar o campo de forças do grande tetraedro formado pelas linhas que ligam os quatro tetraedros menores compostos a partir da ideia dos quatro elementos. Cito alguns desses locais: Lagoa Santa de Goiás (região de terra); Pantanal mato-grossense (região de fogo); Salar de Uyuni as Lagoas Turquesas e os pequenos lagos de altitude (região de ar); cidade de Ouro Preto e Guapé em Minas Gerais (região de água) etc.

Os Caminhos do Paralelo S15 conduzem à criação de uma integração, um tetraedro de éter (etéreo), formado pelos quatro tetraedros irregulares.





Para mim, esses caminhos podem ser trilhados da forma que a imaginação e a criatividade das pessoas permitirem, contudo, cada uma das quatro regiões permitem o planejamento de caminhadas de até 200 km cada uma.





Água (Sul de Minas). 2008 - 2016. Giz pastel e nanquim sobre papel.
Chapada dos Guimarães, MT - Fortaleza, CE. 42X42 cm



Ar (Sul do Perú). 2008 - 2016. Giz pastel e nanquim sobre papel. 
Chapada dos Guimarães, MT - Fortaleza, CE. 42X42 cm.



Fogo (Centro da América do Sul), 2008 - 2016. Giz pastel e nanquim sobre papel.
Chapada dos Guimarães, MT - Fortaleza, CE. 42X42 cm



Terra (Brasil Central). 2008 - 2016. Giz pastel e nanquim sobre papel.
Chapada dos Guimarães, MT - Fortaleza, CE. 42X42 cm 

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